A principal diferença é a forma como a bolinha quica em cada piso. Parece pouca coisa, mas quem joga tênis sabe que isso pode mudar o jeitão da partida. Exagerando um pouco, é como se cada piso abrigasse um esporte diferente. Basta comparar um jogo numa quadra de grama e outro numa de saibro. Nesta última, a bolinha quica devagar, dando mais tempo para os tenistas defenderem as rebatidas. Por isso normalmente os pontos acabam decididos só depois de longas trocas de golpes. Já na grama não tem nada disso: a bola quica rápido e fica difícil defender as patadas mais fortes. Sem falar que a grama desgasta fácil, criando “morrinhos artilheiros” na quadra. “A bola pinga para qualquer lado. Não dá para prever. Imagina quando um cara saca a 240 km/h e você não tem idéia de como a bola vai quicar. Sem chance”, diz o ex-tenista Fernando Meligeni. É por isso que as quadras de grama são boas para jogadores mais ofensivos. Já o saibro é bem melhor para quem prefere trocar muitas bolas, como o Guga faz.
SAIBRO
A quadra de terra batida não é feita exatamente de terra, mas de pó de tijolo. Isso deixa o piso bem fofo. Quando a bolinha quica, a maior parte da força dela é absorvida pelo chão. Então ela perde velocidade. A bola chega numa trajetória quase que horizontal, mas o grande atrito com o piso faz ela subir, tornando o jogo ainda mais lento.
GRAMA
Esse piso tem mais a ver com um tapete que com um campo de futebol. A grama é densa e baixinha, podada a uma altura de só 8 milímetros. A superfície oferece pouco atrito para frear a bolinha, que ao deslizar na grama quase não perde velocidade e fica rente ao chão. Por isso o ritmo do jogo aqui é o mais rápido.
Quadra dura (hard court):
Em função do piso liso, o quique da bola é mais regular e previsível do que nas quadras de saibro e de grama, e a velocidade da bola depende da espessura da camada de borracha e do quão áspera é a superfície da quadra (quanto mais áspera, maior é o amortecimento e menor é a velocidade da bola). A velocidade do jogo varia entre média e rápida.